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Sei lá se é intuição. Algo espiritual, emocional. Sentimental. Mas essas coisas têm conceitos muito abstratos. Afinal quem explica os sentimentos. Tenta-se entender. Se é que se tem que entender. Mas as teorias nos rodeiam. Algo como tentar explicar o antes e depois de um beijo por exemplo. A carência é um sentimento presente. Todos somos carentes em maior ou menor grau. Algumas horas antes do beijo percebe-se uma negativa sensação que nada vai acontecer naquele dia. A pessoa que você pensa beijar nem passa pela sua cabeça. Neste instante se instala uma sensação de desleixo. Já que nada vai acontecer vamos deixar acontecer. É aí que abandona-se todas as estratégias que poderiam ajudar o fato de fato ocorrer. Mesmo assim, algo, uma intuição começa surgir. Mas como assim, se estava decidido que nada iria rolar. Claro que essa reflexão é feita depois do ato consumado, o beijo. De qualquer forma as estratégias foram abolidas. O abandono dessas estratégias talvez seja a estratégia de sucesso. Algo como sugere Carlos Castañeda quando uso o verbo intentar. Para ele intentar é querer algo sem querer. Algo decidido quem sabe no inconsciente. Jung diria que os arquétipos é que tomam essa decisão. Esse desejo que não está sob nosso controle. Contudo ele é nosso e não temos como fugir. Isso nos leva crer que quando algo foi deliberado no nosso mais íntimo ele se concretizará. Talvez. Se toda esse emaranhado de possíveis explicações e teorias for real, a nossa desistência, que algo não vai acontecer, como por exemplo um beijo, já pode estar traçado. Nem tempo, nem espaço existem nisso tudo. Um destino traçado. Esse mistério chamado destino. Uma clarividência. Um cenário todo pronto para o fato intentado. Uma suspeita de uma força maior. E não ocorre somente com um beijo, acontece a toda hora, com tudo. Tudo. Lembra-se daquela máxima que diz que tudo vem de onde menos se espera. Uma música do Humberto Gessinger transmite essa idéia:
tente todo mundo
ninguém vai ficar te esperando
tudo pode estar
onde menos se espera
tente outra coisa
tente ver as coisas
de um modo diferente
por cima do muro
por baixo dos panos
tente outra vez
o que você já fez
de um modo diferente
tente um mundo novo
uma nova era
tudo pode mudar
tudo pode estar
onde menos se espera
tudo pode mudar
tudo pode estar
onde menos se espera
tudo pode mudar
tudo pode pintar
de quem menos se espera
numa noite de inverno
tarde de outono
ou manhã de primavera
tudo virar
pode ser verão
quando menos se espera...
domingo, 31 de agosto de 2008
De onde menos se espera
Postado por Lêandro às 15:58
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2 comentários:
"O abandono dessas estratégias talvez seja a estratégia de sucesso."
É o velho dilema das expectativas... Não alimentá-las, não criá-las, não! O problema é justamente esse: como não manter expectativas sobre algo que se quer. Enfim... eu te entendo e entendo como essas coisas acontecem!
Quarta na nossa reunião semanal teremos váááários assuntos em pauta. Heheheh!
Beijos!!!
A vida tem dessas coisas que a gente não consegue explicar direito, só sentir. Aquele frio na barriga não é a melhor coisa do mundo? A supresa, ou melhor, a supresa-não-surpresa é o sentimento que tornam os momentos melhores na hora do recordar.
Bom te ver por aqui. Agora que me dei por conta, somos primos de blog no que diz respeito ao nome. Um destexto é sempretexto.
Bj, bom findi!
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