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Os dias que antecederam sua partida, ou melhor, sua chegada foram marcadas por dores de barriga e angústia. Afinal, sua vida tomara um rumo avesso às suas vísceras. A angústia vinha dos pensamentos que ele mesmo nutrira.
Ele conversava em tom de despedida. Despedido do trabalho numa sexta-feira quente, esfriou sua cabeça com um cerveja sem álcool servida por engano. Nem reparou no rótulo. As marcas já não fazem sentido em sua vida.
A despedida é um prenúncio de vida nova, ressurreição que ele farejava sem ter tido uma cruz. O desconhecido sempre foi motivo de curiosidade. Um dia ele leu, ele sempre lia:
"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar"
Ele tava sempre confundindo os autores. Desse trecho ele nem lembrava. Mas para que serve saber. O conhecimento é construção coletiva. Enquanto recordava de textos lidos e não lidos, suas veias abriram como as da América Latina.
Febril, ele suava. Nos próximos dias o horizonte será seu futuro. Ele vai caminhando para o futuro. O desconhecido futuro!
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Sonho, ficção e utopia
Postado por Lêandro às 20:41
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