Ela vai do amarelo ao amarelo pálido.
A minha cara tem poros.
Poros que deixam as toxinas entrarem e sairem.
E ficarem no mesmo lugar.
O amarelo às vezes se mexe.
São as toxinas com patas alongadas e desejos noturnos.
Transpõem as barreiras epidérmicas.
Fico latente como o sol no meu teto.
Me faz vibrar intensamente.
Já o sol é de um vermelho amarelo da minha pele.
O chão é marrom. Meus pés ficam marrons.
Daquele marrom sujo. Como o sujo nome da minha terra.
Minhas coisas estão todas lá.
Entre o sujo dos pés e minha pele pálida.
Na vida estamos todos entre o marrom e o amarelo,
num indo e vindo que propõe uma saída.
O azul está acima de tudo. Acima até da fumaça,
que insisto é vapor é neblina.
O meu horizonte é verde. Verde que nasce do marrom e
vai até o azul, iluminado pelo vermelho com amarelo.
Nesse ponto vejo minha loucura. Ah essa loucura ocre.
Creio que tanto minha loucura como meu futuro
sejam ocre. Com cheiro ocre.
Uma perspectiva ocre é uma fuga. Uma busca.
Um fuga/busca da imaginação nesse cenário.
Essa cara no espelho. Espelho prata.
Prata de aguá. Como a escama lisa da água.
E a água é morna, cheia de vida e
molha minha cara. Aponto para o futuro ocre.
Uma imensa luminosidade dourada avança sobre a noite.
O vermelho amarelado deixou a cena.
A lua, espelho prata me permite a confusão.
Agora não sei mais o que é dourado ou prateado.
Adoro essa sensação. E em meio a ela, como uma magia,
minha cara torna-se violeta.
A cara fica envergonhada como o amor.
A luz é intensa por aqui.
Não sinto, não vejo, não sei nada além
que meus olhos fechados imaginam.
Minha cara dorme para logo tentar
se reencontrar no espelho,
na água,
no sol,
nas árvores,
no céu,
no futuro.
E nenhuma ilusão poderá me expulsar.
Somente eu e minha cara.
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