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Alguns filmes até então desconexos acabam criando nas sinapses coletivas uma trilogia. Os filmes Senhor das Armas, Jardineiro Fiel e Syriana são um exemplo. Nesses filmes o podre e o poder se fundem. Podre e poder tem as mesmas letras. Tráfico de armas, sacanagem da indústria farmacêutica e negociatas com petróleo enredam-se com miséria, ambição e destruição. Nessas horas lembro-me de Mario Quintana quando ele se pergunta "Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?". O semelhante do poetinha pode ser o vendedor de armas que acomunado com governos espera por uma nova guerra forjada para fazer negócios. Na consciência apenas o pensamento se eu não fizer alguém fará.
Um vendedor freelancer enquanto o maior vendedor de armas é os Estados Unidos. Ficção? Quando esses filmes vão para a tela podemos até pensar que são somente estórias. Mas isso acontece. Esses filmes são como documentários. As indústrias bélicas, farmacêuticas e petrolíferas distribuem desgraças. "A cada 12 pessoas no mundo, há uma arma. A minha preocupação é: como armar as outras 11?" (Yuri Orlov). Os países supostamente pobres "pagam o pato". Supostamente pobres por terem governantes ignorantes que trocam suas riquezas por guerras, dinheiro e poder. Diamantes são moedas de troca por mortes. E parece que está tudo intrincado. Guerras por petróleo são comuns. Eu vendo armas para uma país entrar em guerra com outro depois eu vou lá com a bandeira da paz e assumo os campos de petróleo. Syriana e Senhor das armas podiam ser um filme só. Michel Moore faria isso? Syriana, Senhor das Armas e Jardineiro Fiel têm histórias repugnantes. Histórias de podre poder.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Trilogia do podre poder
Postado por Lêandro às 11:51
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