Segurança de baile

Dia desses, fui num baile de formatura em clube aristocrático da cidade. Já faziam um dois ou três anos que não ia nesses bailes. Me impressionou a quantidade de seguranças. E por esse motivo faço tal reflexão.

Eram mais ou menos meia noite e trinta, quando cheguei ao clube. Cheguei sozinho, cheguei cedo. Não que fosse cedo é que aqui onde moro o pessoal costuma chegar depois da uma. Já de cara, para meu estranhamento, fui abordado por seis seguranças. Duas mulheres e quatro homens. Todos de preto, com fones nos ouvidos. Não fui revistado. Apesar de sentir que tinha sido. Os olhares do 'corredor polonês' me livraram das mãos. Do saguão até o segundo piso, onde estava de fato ocorrendo o baile, muitos seguranças acompanhavam os convidados com precisão.

Um deles que não estava de preto se aproximou de outro, trocaram algumas palavras. Estavam muito sérios. Quase que em caravana sairam e se dirigiram a uma sala. Acho que foram fazer uma renuião. Eu percebendo a agitação, fiquei observando. Voltaram todos com cara de jogador de futebol que sai do túnel e entra em campo. Cara de quem vai ter que cumprir uma função. Foram para as suas posições só que dessa vez mais alinhados e atentos. Opa! Atentos a quê? Vai acontecer algo nesse baile que aqueles 'quase andróides' estão tão tensos e atentos? De qualquer forma deixei de lado e adentrei no salão. Tinha muita mulher bonita. Até aí tudo bem. Acho todas as mulheres bonitas mesmo. Mas quando meu olho passeia naquele 'jardim', quem eu vejo? Mais seguranças. Só que agora eles estão em cima de caixotes. Para ficarem mais altos e para enxergar mais de cima. Enxergar o quê? Putz! Nunca foi assim. Pelo menos nas últimas vezes. Bom de qualquer forma fui embora cedo. Portanto, não presenciei o que aqueles seguranças estavam procurando. Ah! Já ia esquecendo que aquelas cenas que estava vendo se pareciam muito com Matrix. Fui dormir com interrogações na cabeça. Sonhei. Não com os seguranças, mas sim com as flores do jardim.