Sul de Florianópolis II

O programa do dia era a trilha para a Lagoinha do Leste. Encontros e desencontros nos levaram a optar por outro passeio. Fomos com o vento. Chegamos em Pântano do Sul. Bela paisagem, águas calmas, comunidade acolhedora. Conhecemos o restaurante do seu Arantes. Não conhecemos a comida, mas o ambiente. Um restaurante rústico com recados em guardanapos e colados um a um nas paredes e no teto do estabelecimento. Uma instalação para a Bienal. A 'coincidência' de fatos nos levou a encontrar uns amigos da Débora, que ela tanto queria encontrar. Almoçamos num restaurante mais simples e com uma ótima comida. Frutos do mar. Passeamos pela praia, caminhamos pelo costão de pedras. Encontramos um senhor no muro de sua casa. Um simples 'boa tarde' nos aproximou dele. Muito falante nos convidou para conhecer o seu recanto. Uma casa simples que por dentro mais parecia um museu. Peças e objetos na sua grande maioria náuticos. Bóias antigas de pesca, remos, cordas, contra-pesos... Uma infinidade de objetos coletados e guardados durante os anos. Sua mulher o chama sem contrangimento de velho sucateiro. Muito dos objetos eram 'souvenirs' de vida. E não é que o nome do senhor era Sovenir. Sovenir e sua mulher Frau moram no centro mas tem na sua casinha no Pântano seu refúgio. Tomamos o 'néctar da ilha' em copos de bambu. Brindamos com o seu Sovenir. Muito satisfeito com a visita ele fazia questão de nos mostrar a paisagem de cada janela da sua casa. E como era linda a paisagem. Seu Sovenir tem 72 anos e cabelo grisalho e se parece muito com uma criança quando mostra seu brinquedo, sua casa do Pântano do Sul. Seu Sovenir foi eleito Manezinho da Ilha em 1991. Nos mostrou com muito orgulho o troféu. Para se ter uma idéia da importância desse feito, em 1998 foi o Guga Kuerten escolhido. Mas seu Sovenir não foi, ele é Manezinho. Que 'figuraça'. Faltavam algumas horas para o Ano Novo. O cheirinho de porco assado indicava que era hora de ir embora. Com um abraço bem forte nos despedimos de seu Sovenir. Levamos a lembrança como 'souvenir'. É a ilha da magia.