segunda-feira, 31 de março de 2008

Nem polícia nem torcedor

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O grêmio venceu o juventude no último sábado em Caxias do Sul. Não, não é sobre futebol que eu vou falar. Na boa, eu vou falar sobre o senso comum e sobre os últimos exemplares do fascismo. Na frente do estádio do juventude, o ônibus que trazia parte dos jogadores e da direção técnica do clube é impedido de entrar no estádio. Um grupo razoavelmente grande de torcedores, a maioria deles de torcidas organizadas, protestavam contra a derrota para a equipe de Porto Alegre. A polícia foi acionada para intervir. Na minha frente uma cena que só vi em documentários sobre a ditadura. A polícia à cavalo avança rompendo a rua Borges de Medeiros. Soldados com cacetete em punho com fome de paleta dos torcedores. Não estou dizendo que os torcedores são fascistas e nem os policiais, muito menos a comissão técnica. O fascismo estava num senhor com idade em torno de 65 anos. Ele fez o seguinte comentário entre as pessoas que ali assistiam o desenrolar dos fatos.
- Bando de desordeiros. A gente oferece um trabalho e duvido que queiram. Tem que descer a borracha. Gente vadia. Culpa do Lula. Criou agora uma corja que fica no centro da cidade sem fazer nada.
Da onde este senhor puxou tanta raiva. E o que o Lula tem haver com os protestos da torcida do juventude. De onde ele tirou que aqueles torcedores são desocupados. Dois desses sujeitos eu conheci numa metalúrgica da cidade. Uma dessas fabricas que produzem ônibus, ou parte deles. E posso garantir que trabalham pelo menos 8 horas e 48 minutos por dia. De onde esse ele tirou a idéia que o presidente Lula está criando uma corja-de-fazedores-de-nada?
Me arrepia de medo qualquer pensamento fascista principalmente próximo a mim. E olha que eu não acreditei que tem gente por aqui que tem carteirinha de fascista!

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