segunda-feira, 16 de julho de 2007

Vaias no Pan

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Sobre vaias e pan. Eu também vaio os Estados Unidos. Mas foi, na minha humilde opinião, uma vaia infundada e imprópria. Afinal de contas somos, nós os brasileiros, os anfitriões deste evento esportivo das Américas. O povo estadunidense não é o governo. Aliás eles já disseram duas vezes nas urnas que não apoiam as políticas do seu governante Bush.

Já com relação as vaias ao presidente Lula já achei normal. Explico, ou melhor, tento explicar através de uma pergunta. Quem era o público da abertura do Pan. O sujeito que vaiou dispensou de mais de 100 paus para comprar o tíquete. E provavelmente vai assistir a mais atividades e estará lá no encerramento. Vi outro dia no jornal uma mulher que comprou ingressos para 5 atividades e entre elas, a abertura. A moça dispensou pelo menos 500 paus. Mais as passagens áreas, mais os lanches extras por causa do atraso no aeroporto, mais hospedagem inflacionada por conseqüência dos Jogos. Por baixo ela gastou 3 mil reais para passar uma semanita no Pan. Quem pode, hoje em dia dispensar essa quantia? Faço um exercício de estereotipação que talvez seja preconceituoso, mas não posso deixar de fazer essa análise. Olha só: a galera que vaiou deve ter a revista Veja, O Globo e a rede Globo como principais meios de informação. Devem achar o Diogo Mainardi o ó do borogodó. Deve ter apoiado incondicionalmente a campanha para o armamento. É contra o MST e o presidente da Venezuela. Fez o sinal da cruz na visita do papa. Têm dois carros na garagem e pelo menos duas casas. Uma pro dia-a-dia e outra para os finais de semana. Enfim, era uma parte da elite nacional que lá estava.

Intrigante e paradoxal, a elite vaiou o presidente Lula e a delegação dos EUA. Essa elite tem traços subconscientes de xenofobia? Se tem, basta saber do que e de quem ela realmente tem aversão. Em breve saberemos.

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