sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Vejo farmácias no centro do nosso cotidiano

.
Caminhando pelo centro da cidade, vejo pessoas apressadas, carros apressados, mas como não estou com pressa reparo na pressa das pessoas. Mas também presto atenção em outras coisas. Me chama a atenção a quantidade de farmácias. É uma encostada na outra. Nos principais quarteirões do centro, eu conto vinte delas.

Me pergunto, o porquê desta quantidade. Será que somos uma sociedade doente onde a demanda é maior que a oferta? Por que necessitamos tanto de remédios? Me preocupa também saber se estas farmácias são empreendimentos duradouros. Abrem e fecham com muita agilidade. Mas o negócio parece ser bom. Por que não temos cinemas na mesma proporção? Uma comédia pode curar muitos males.

Mas a realidade é que as farmácias estão aí. Medicamentos tomam lugares das roupas nas vitrines. Remédios custam mais caro que roupas. Que lógica é essa? Observo tudo, mas não entendo. Pessoas apressadas passam em frente de farmácias, muitas farmácias. Pessoas muito apressadas precisam de remédios. Elas não têm tempo para sua saúde.

Uma dor, um analgésico e já estão na rua novamente, apressadas. A tensão do dia-a-dia eu curo com dorflex ou um genérico mais barato. Levamos uma vida tão paliativa e sem rumo que precisamos de farmácias. Remédios também são paliativos. Não compreendemos a intensidade e profudidade dos nossos dias. Preferimos o consumo desenfreado. Talvez aí, encontre uma relação entre a pressa e as farmácias do centro da cidade.

0 comentários: