.
A crônica às avessas
A crônica no jornal impresso perde o sentido. Ela deixa de manter o distanciamento, a ironia, a falta de seriedade. Em artigo, o jornalista Marcelo Coelho manda notícias
O espaço das crônicas vai a cada dia diminuindo nos jornais e nas revistas. O jornalista Marcelo Coelho entende que essa redução deve-se à concorrência entre o jornal e a televisão e a própria perda da característica básica da crônica que é de ser o avesso da notícia. No artigo Notícias sobre a crônica, o jornalista, de forma nada saudosista, constata nestas razões a intenção não de “salvar” os cronistas, e, sim, as crônicas nos jornais impressos. O superficial toma conta.
A crônica no jornal impresso perde o sentido. Ela deixa de manter o distanciamento, a ironia, a falta de seriedade. Em artigo, o jornalista Marcelo Coelho manda notícias
O espaço das crônicas vai a cada dia diminuindo nos jornais e nas revistas. O jornalista Marcelo Coelho entende que essa redução deve-se à concorrência entre o jornal e a televisão e a própria perda da característica básica da crônica que é de ser o avesso da notícia. No artigo Notícias sobre a crônica, o jornalista, de forma nada saudosista, constata nestas razões a intenção não de “salvar” os cronistas, e, sim, as crônicas nos jornais impressos. O superficial toma conta.
Colaborador da Folha de S.Paulo e professor de Jornalismo da Faculdade Cásper Libero, Marcelo Coelho anuncia neste artigo que tem a “impressão” que a crônica vem perdendo espaço e prestígio. Segundo o jornalista, a crônica sempre foi considerada “inútil”, mas ultimamente tem se tornado ainda mais inútil do que era há anos. Mesmo com antipatia à crítica saudosista ele lamenta este “declínio”.
O jornalista explica no artigo que a crônica, por ser uma avesso da notícia, o assunto é de menos. “Cada notícia procura a todo custo convencer o leitor de que determinado fato é importante, é crucial. A crônica vai sempre insistir na desimportância de tudo”. Marcelo Coelho esclarece que a notícia tem o propósito de incomodar o leitor, fazê-lo tomar partido, exigir soluções. “O jornal inteiro é feito para isso. Na crônica o objetivo tende a ser não suscitar nenhuma resposta”. Ele argumenta que o propósito da crônica é fixar um ponto de vista individual, externo aos fatos, externo ao próprio jornal. Talvez, neste ponto de vista do jornalista, resida a importância da crônica no jornalismo impresso. “O cronista fala de mil notícias, passa-as em revista”.
Neste artigo se percebe que Marcelo Coelho, de forma sutil e irônica, aponta a televisão como a possível causa da redução, do declínio da crônica nos jornal impresso. Para o jornalista, a televisão tornou-se fonte básica de informação para o cidadão e o jornal impresso tende a relativizar o que é apresentado na TV. “A crônica perde espaço nos jornais porque o jornal inteiro passa a ter essa função de ‘relativizador’, de ‘ironista’ diante do que aparece na tevê. O jornal inteiro passa a ser ‘cronista’ perto do poder representado pela televisão”, argumenta Coelho.
Marcelo Coelho consegue, neste artigo, fazer um macro apanhado do jornalismo impresso e dos problemas enfrentados por este mesmo jornalismo. Utiliza para isso, o fato que declínio e a redução do espaço das crônicas no jornal somente explicitam que a televisão se apropria da ‘verdade’, uma verdade superficial. A crônica por outro lado, aos poucos se reduz e o conteúdo perde espaço para o este jornalismo raso e superficial. O jornalista constata que nenhum cronista tem a obrigação de resolver estes problemas. “A única obrigação incontornável é não esgotar a paciência do leitor”, conclui.
0 comentários:
Postar um comentário