segunda-feira, 20 de março de 2006

Sexo à italiana


Revista diz que nem só trabalho viviam os imigrantes

Reportagem revela que imigrantes italianos não eram tão puritanos como aparentavam. Trabalhavam muito e iam a missa, com vida sexual muito agitada o sexo era apenas tabu.

A reportagem da revista Aplauso dessa semana indica que imigrantes italianos não viviam só de missa e trabalho. A vida sexual dos italianos era intensa, com práticas nem sempre morais. Incesto, adultério, sexo com animais, prostituição e padres perversos estavam presentes no dia-a-dia da colônia.

A matéria foi provocada pelo livro do pesquisador da Universidade de Passo Fundo, Ismael Vaninni. Intitulado como O Sexo, o Vinho e o Diabo é considerado inovador pelos historiadores. O polêmico livro fala da vida como ela é, que humaniza a história da colonização.

A reportagem foi feita na cidade de Vanini, próxima a Passo Fundo. O padre da localidade, João Sobiesiak, disse que o livro não criou drama entre os fiéis e a igreja mas alfineta: “É muito fácil colocar a culpa só nos padres, a sociedade também via o sexo como tabu”. A defesa do pároco não retira a participação do clero nas orgias sexuais. Segundo a revista, os padres cegamente respeitados pela comunidade, nem sempre ficaram fora da secanagem. “Teve um padre que engravidô três moças e depois se sumiu com outra”, conta M.C.

Para a historiadora, Loraine Giron, não é novidade que o sexo foi tão presente. “Quantas mulheres não tiveram filho antes do casamento? Que as pessoas quebram normas, não é nenhuma novidade. E isso não acontece só na região colonial, mas em todo Brasil”, diz Loraine. A professora de História da UFRGS Regina Weber contribui dizendo que “há sempre uma distância entre a moral que se prega e a que se pratica”.

O italiano, como diz a revista, até pouco tempo atrás, tinha a imagem ligada ao trabalho, à família e à religião. “Ele era visto como um ser superior, alguém que passou por inúmeras dificuldades, mas venceu na vida com o próprio esforço”, diz a lingüista Florence Carboni. Nos bastidores dessa vida difícil e cheia de sofrimento se estabelece uma vida onde as noivas casavam grávidas, jovens se aventuravam por potreiros e chiqueiros, maridos e esposas comiam polenta na casa dos vizinhos e nem os padres escapavam das “sacanagens”.

Os moradores de Vanini confirmam todas as informações do livro e não o refutam. Os italianos que viveram àquela epóca não se ressentem de contar histórias ‘imorais’. “A mãe e o filho foro na roça, e a mãe tava incombinada com outro pra se encontrá. A mãe mandô o filho ir para casa na frente, só que ele voltô. Depois o menino contava pra nós: vi a um home montado em cima da mãe. Ele só mexia a bunda!”, conta E.C., de 92 anos. Os italianos realmente sofreram, trabalharam muito e passaram dificuldades e com se vê na reportagem o sexo era a sua principal diversão.

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