Segundo a leitura do site do Movimento pela Ética na Mídia (http;//www.zerofora.hpg.com.br), a RBS só consegue fazer jornalismo quando se trata de assuntos de seu interesse. Então podemos dizer que nem jornalismo é feito naquelas redações. Dá também pra dizer, numa leitura menos crítica e mais generalista que há boas matérias e bons jornalistas trabalhando naquele grupo monopolista de comunicação. São minorias mas fazem um excelente trabalho. É o que nos resta naqueles veículos. Mas também não podemos nos darmos por satisfeitos. A RBS faz comunicação institucional. A imagem do agronegócio está preservada e bem trabalhada. Partidos e políticos de direita também. Quem ‘paga o pato’ são os movimentos sociais e os partidos de esquerda.
De acordo com o site, o grupo RBS não soube o que fazer com as informações da tão discutida convocação extraordinária do congresso nacional. A mídia se ausentou, tirou férias? A RBS que se diz de olho na corrupção e no gasto irregular de dinheiro público escafedeu-se. Como podemos ver, só estamos sendo informados do que intreressa o capital.
Trecho da matéria (grifo nosso)
E, importante, uma constante nas declarações do vereadores gastões é que,agora, tem muito mais dinheiro para gastar após a diminuição forçada do número de vereadores. Por que ninguém percebeu que a redução do número devereadores -- ou seria veranistas -- por sí só nada resolveria se não se reduzisse também, proporcionalmente, a dinheirama tragada pelos legislativos municipais? Onde estava a mídia nessa hora? O momento não é propício pararepensar, com profundidade, o instituto da representação neste país? Ou é mais importante defender uma "democracia" de qualquer jeito mesmo que seja de fachada e que a capacidade dos cidadãos de nela intervirem ocorra apenas de quatro em quatro anos? Estas e outras mais são perguntas que nunca se fazem. A cobertura das atividades do Congresso não fica atrás. É quase sempre fulanizada, superficial, descontextualizada e vergonhosa, atendendo aos pleitos deste ou daquele veículo.
O caso da convocação extraordinária, tão ribombante, mostrou outros rombos, frutos da preguiça ou da má-fé. Mas o processo oferece informações úteis para o eleitor em 2006. A sociedade brasileira, sem distinção de classe, raça, gênero, cor e religião, ficou furibunda com a festa da convocação. Pois bem, 103 deputados federais -- pouco mais de uma quinta parte dototal -- devolveram a grana da convocação extraordinária (R$ 25 mil) oudestinaram o valor para doações. É o que informa a Secretária de Comunicaçãoda Câmara.
Nas duas maiores bancadas da Câmara, os pendores para devolver o dinheiro estão muito distantes um do outro. No PT, 29 deputados devolveram. No PMDB, que tem praticamente o mesmo número de deputados depois da debandada devários do PT para o Psol, apenas 10 tiveram o mesmo gesto. Transformadas em neovestais de república depois do impressionante e minucioso processo de reconstituição de seus hímens, PFL e PSDB tiveram uma recaída que em nada ajuda na aceitação popular de suas novas fantasias. No pefelê, somente 3(três!) de seus bravos defensores da ética abriram mão do dinheiro. No PSDB, foram 9.
Cem por cento da bancada petista gaúcha devolveu os salários extras. Dos peemedebistas gaúchos nem unzinho teve o mesmo gesto. No PDT, muitos deputados devolveram o troco mas NENHUM dos gaúchos. A abordagem da mídia foi varejista. Não se deteve no número de deputados (por partido) que não botou o troco no bolso e no comportamento dos próprios partidos a respeito.Se assim o fizesse teria que admitir um choque entre seu discurso dos últimos oito meses e o comportamento partidário. Teria que explicar como o partido que apontou como um antro de corrupção -- o PT -- teve maior número de devoluções enquanto as virgens da hora - PFL e PSDB -- fizeram ocontrário.
segunda-feira, 20 de março de 2006
A grande mídia tira férias
Postado por Lêandro às 16:46
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