terça-feira, 6 de dezembro de 2005

CPI da Mídia Já!


O Brasil é o país das CPIs. CPI esquecida, CPI lembrada, CPI engavetada, CPI censurada. As CPIs são esquecidas ou lembradas, engavetadas ou censuradas por quem? Pelos interesses da elite conservadora do país. Mas a elite precisa de mecanismos e instrumentos para tal poder. O quarto poder!

Proprietária, a elite se utiliza da mídia para manipular, distorecer e encaminhar os rumos e decisões de Brasília. Você faz idéia quantas CPIs foram esquecidas no governo FHC? E no governo Lula? Esqueceu? Pois é! Somos informados pela mídia e o que não está nela não existe. No governo Lula as CPIs estão tendo mais dificuldade de serem esquecidas ou engavetadas. Por que será? Digo isso não porque gostaria que elas fossem arquivadas mas sim porque estou vendo nesse governo uma melhor possibilidade que os fatos sejam apurados e que culpados sejam punidos. Esqueceram do Jader Barbalho?

Por tudo, considero fundamental uma CPI da Mídia ou qualquer outra forma de investigação da grande mídia nesse país. Será muito difícil pois ela tem um álibi que é a censura. É claro que vão acusar o governo de ditador. Lembrem-se do caso do jornalista do New York Times, William Rohter Jr que foi expulso do Brasil por ofensa pessoal ao Presidente da República. Pior, não podemos esquecer das histéricas manchetes contra o Conselho Federal de Jornalismo.

Agora li um artigo que diz que a Abril, detentora da Revista Veja, possui no seu conselho a participação de representantes estadunidenses. “A constatação é do deputado Doutor Rosinha (PT-PR). Dois representantes da Capital International —terceiro maior administrador de fundos dos EUA e parte integrante do conglomerado multinacional Capital Group— fazem parte do conselho da Abril. Um deles é o norte-americano.
William Bannister-Parker. Outro é o executivo brasileiro Guilherme Lins. Segundo a página do Capital Group na internet, Parker atua em Londres como vice-presidente do Capital International Research. Já Lins trabalha num escritório do Capital Group em Gênova. Em julho de 2004, a Capital International adquiriu 13,8% do capital do grupo Abril.

"Veja" e PSDB - Desde julho, o deputado Doutor Rosinha tem revelado uma série de ligações entre a principal revista do grupo Abril e o PSDB, maior partido de oposição ao governo Lula. Uma delas diz respeito ao fato de o ex-presidente da Caixa Econômica Federal sob o governo FHC, Emílio Carazzai, ocupar hoje o cargo de vice-presidente de Finanças e Controle do grupo Abril. Depois da denúncia, a informação, que constava da página do Grupo Abril na internet, foi imediatamente suprimida do site.
Doutor Rosinha revelou ainda que a Editora Abril S/A doou, nas eleições de 2002, R$ 50,7 mil a candidatos do PSDB. Conforme dados do TSE, o atual líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, Alberto Goldman (SP), recebeu R$ 34,9 mil dos donos da revista. Outro beneficiado pela doação da editora foi o deputado licenciado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Ex-ministro da Justiça durante o governo FHC, Aloysio, hoje secretário de José Serra na Prefeitura de São Paulo, recebeu R$ 15,8 mil.

Aqui no Rio Grande do Sul, algo semelhante aconteceu. O então ministro da Casa Civil do governo FHC, Pedro Parente tornou-se diretor presidente do grupo RBS, que todos sabemos é adversário político do PT no estado. Coincidências?
Então, por que não se investigar essas maracutaias midiáticas. Na opinião do cientista político Carlos Nelson Coutinho, “é a sociedade, e não os grupos monopolistas privados, que deve controlar os meios de comunicação. Os grupos privados podem e até levam em conta certas demandas da sociedade, mas operam sem um efetivo controle social”.

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